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Boulos e Tabata Amaral apoiam emendas de relator, após criticarem durante governo Bolsonaro

Parlamentares que atacavam “orçamento secreto” facilitaram sua retomada no Congresso

Os deputados federais Guilherme Boulos (PSOL-SP) e Tabata Amaral (PSB-SP), que durante o governo de Jair Bolsonaro (PL) foram ferrenhos críticos das emendas de relator, ajudaram na manutenção desse mecanismo no governo Lula (PT).

Na votação da última quinta-feira (13), que tratava do tema, Tabata Amaral votou a favor da continuação das emendas. Já Boulos não se manifestou, alegando problemas de conexão com a internet.

Mudança de postura sobre as emendas de relator

Durante o governo Bolsonaro, Boulos e Tabata chamavam as emendas de relator de “orçamento secreto” e alegavam que o modelo facilitava corrupção e distribuição desigual de recursos.

Contudo, na votação que manteve o sistema funcionando sob o governo petista, Boulos não participou, enquanto Tabata votou a favor do anonimato de deputados e senadores no direcionamento dos recursos.

A votação ocorreu de forma semipresencial, permitindo que parlamentares votassem via aplicativo, mesmo estando fora de Brasília.

Boulos estava em agenda na periferia de Guarulhos (SP) e chegou a registrar presença na sessão, o que evita desconto salarial, mas não votou. No dia seguinte, ele enviou uma carta ao presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (União-AP), justificando sua ausência e reafirmando sua suposta oposição ao mecanismo.

Tabata Amaral e sua contradição

Já Tabata, que em 2013 afirmou que a falta de transparência das emendas de relator incentivava a corrupção e feria a Constituição, votou favoravelmente à medida que mantém o anonimato de parlamentares no uso desses recursos.

Quem votou contra as emendas de relator

Diferente de Boulos e Tabata, 12 dos 57 deputados paulistas que participaram da votação se posicionaram contra a manutenção das emendas de relator. Entre eles estão:

  • Adriana Ventura (Novo-SP)
  • Carlos Sampaio (PSD-SP)
  • David Soares (União-SP)
  • Delegado Palumbo (MDB-SP)
  • Erika Hilton (PSOL-SP)
  • Ivan Valente (PSOL-SP)
  • Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP)
  • Luiza Erundina (PSOL-SP)
  • Professora Luciene Cavalcante (PSOL-SP)
  • Ricardo Salles (Novo-SP)
  • Rosângela Moro (União-SP)
  • Sâmia Bomfim (PSOL-SP)

A postura de Boulos e Tabata gerou críticas nas redes sociais, principalmente por seus históricos de oposição ao mecanismo durante o governo Bolsonaro. A votação reafirma a continuidade das emendas de relator, antes repudiadas pela esquerda, mas agora incorporadas pelo governo Lula como parte das negociações com o Congresso.

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