O ex-DJ por trás da ‘teia de aranha’: como ele derrubou US$ 7 bi da economia Russa
Missão secreta de drones destrói um terço da frota aérea de elite russa em golpe sem precedentes

O ex-DJ ucraniano Artem Timofeev, de 37 anos, é apontado pelas autoridades russas como o principal articulador da operação “Teia de Aranha”, que resultou em um prejuízo de aproximadamente US$ 7 bilhões à Força Aérea da Rússia no último domingo (1/6). Moscou o considera o homem mais procurado do momento.
Ataque surpresa com drones camuflados
A audaciosa operação envolveu o transporte clandestino de drones FPV (First Person View) escondidos em caminhões até bases estratégicas russas, como Murmansk, Irkutsk, Ivanovo, Ryazan e Amur. Os equipamentos estavam camuflados em telhados de galpões de madeira e foram ativados remotamente para cumprir os ataques. Segundo o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, foram utilizados 117 drones no total.
Caminhoneiros enganados sem saber da missão
De acordo com o Kremlin, Artem é o proprietário dos caminhões que transportaram os contêineres com os drones. As investigações indicam que os motoristas receberam ordens de “um Artem” e teriam sido levados a acreditar que estavam transportando casas de madeira. Na realidade, estavam posicionando drones kamikazes para ataques coordenados.
Artem Timofeev, de 37 anos, e a sua esposa, Ekaterina Timofeeva, de 34, são apontados pela Rússia como os mentores da Operação ‘Teia de Aranha’ — Foto: Reprodução
Envolvimento da esposa e fuga do país
A esposa de Artem, Ekaterina Timofeeva, de 34 anos, é suspeita de participar da missão. A mídia russa pró-Kremlin a descreve como uma “bruxa” e autora de romances eróticos. Um apartamento em Chelyabinsk, na Rússia, foi associado ao casal por blogueiros locais. Artem teria sido visto no local uma semana antes da ofensiva. Contudo, acredita-se que ambos já tenham deixado o país, uma vez que Zelensky afirmou que “todos os envolvidos foram retirados de ação“. Ekaterina, antes ativa nas redes sociais, apagou todos os seus perfis.

Frota aérea de Putin gravemente danificada
A ofensiva destruiu 41 aviões, ou um terço da frota aérea considerada apocalíptica de Putin. As aeronaves, temidas por sua capacidade de lançar mísseis e bombas não nucleares, aterrorizavam a Ucrânia.
Negócio de transporte como fachada
Fontes russas revelaram que Artem havia se mudado para Chelyabinsk há alguns anos e atuava como empresário. Em dezembro, ele fundou uma empresa de transporte, operando diversos caminhões. Essa atividade teria servido como disfarce ideal para infiltrar os dispositivos explosivos em solo russo.
Relato de motorista revela modus operandi
Um dos supostos motoristas, identificado como Andrei M, relatou aos investigadores russos que recebeu instruções para estacionar seu veículo em frente a uma cafeteria próxima à base de Belaya. Pouco depois, “o teto foi aberto remotamente e os drones começaram a decolar“. Os contêineres estacionados em acostamentos aram despercebidos. Na manhã do dia 1º de junho, as tampas se abriram e enxames de drones partiram rumo aos alvos.
“Os drones kamikazes ucranianos então se filmaram voando pelos aeródromos e atacando os aviões, destruindo-os.”
Soldados russos tentaram usar armas antidrone, mas foram incapazes de conter o ataque em massa. Imagens de satélite e vídeos feitos por civis russos confirmam a dimensão da destruição, com destroços em chamas espalhados pelas pistas.
Operação supervisionada por Zelensky
Zelensky celebrou o sucesso da ofensiva:
“Zelensky classificou a operação como ‘histórica’ e revelou ter supervisionado a ação.”
“O mais interessante, e isso agora pode ser declarado publicamente, é que o escritório da nossa operação em território russo estava localizado diretamente ao lado da sede do FSB (serviço secreto) em uma de suas regiões”, declarou o líder de Kiev.
