
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse que vai agir com muita prudência para avaliar eventual pedido de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A estratégia faz parte de uma movimentação para esvaziar o pedido da oposição após a chamada Vaza Toga.
“Como presidente do Senado Federal depois de 3 anos e 7 meses, vou ter muita prudência em relação a esse tipo de tema para não permitir que este país vire uma esculhambação de quem quer acabar com ele”, disse Pacheco.
De acordo com ele, “qualquer medida drástica de ruptura” pode afetar a democracia. “Tenho responsabilidade com meu cargo, tenho responsabilidade com a democracia, tenho responsabilidade com o Estado Democrático de Direito, tenho responsabilidade com o equilíbrio do Brasil. E qualquer medida drástica de ruptura entre Poderes, neste momento, afeta a economia do Brasil, afeta a inflação, afeta o dólar, afeta o desemprego, afeta o nosso desenvolvimento”, completou Pacheco.
O presidente do Senado disse estar tranquilo para decidir a questão e lembrou que, em 2021, negou um pedido semelhante feito contra Moraes pelo então presidente da República, Jair Bolsonaro. Na ocasião, o presidente do Senado negou o pedido por não enxergar viabilidade jurídica nem política no processo.
“Uma coisa que não me falta é decência e caráter de poder decidir com justiça aquilo que me chegar para decidir”, disse.
Impeachment de Moraes
A ação acontece depois de uma sequência de artigos divulgados pelo jornal Folha de S.Paulo, que expam que um assistente de Moraes do gabinete do STF solicitou, de maneira informal, a elaboração de relatórios de investigação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para fundamentar decisões no referido inquérito das fake news, iniciado pelo tribunal para investigar ataques a ministros.
“As mensagens revelam um fluxo fora do rito envolvendo os dois tribunais, tendo o órgão de combate à desinformação do TSE sido utilizado para investigar e abastecer um inquérito de outro tribunal, o STF, em assuntos relacionados ou não com a eleição daquele ano“, diz o jornal.