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Inflação dos alimentos pressiona famílias e torna cesta básica inível

Mais de 70% dos brasileiros não têm renda suficiente para pagar cesta básica ideal, segundo estudo.

Custo da cesta básica ideal ultraa limite de renda da maioria dos brasileiros

Segundo estudo divulgado pelo Instituto Pacto Contra a Fome, mais de 70% da população brasileira não tem renda suficiente para custear uma alimentação considerada adequada. A pesquisa se baseia nos dados do Boletim Mensal de Monitoramento da Inflação dos Alimentos e revela que, em abril de 2025, a chamada “cesta básica ideal” custava R$ 432 por pessoa.

Esse valor representa 21,4% da renda média per capita nacional, conforme informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), atualizada no dia 8. A realidade é ainda mais grave para mais de 30% da população, que teria de gastar mais da metade de seus rendimentos para se alimentar conforme os padrões da cesta ideal.

Mais de 20 milhões vivem com menos que o valor da cesta

O levantamento revela que cerca de 21,7 milhões de brasileiros vivem com uma renda mensal inferior ao custo da cesta básica ideal, o que representa mais de 10% da população. Essa constatação destaca a dimensão do desafio alimentar no país e reforça a urgência de políticas públicas voltadas à segurança alimentar.

A composição da cesta ideal é feita pelo Núcleo de Epidemiologia e Biologia da Nutrição (Nebin) e inclui alimentos in natura e minimamente processados, garantindo um padrão mínimo de nutrição saudável.

Inflação dos alimentos pressiona renda das famílias pobres

O impacto da inflação sobre os alimentos é outro fator que contribui para o agravamento da situação. Em abril, o grupo “alimentação e bebidas” registrou uma alta de 0,82%, impulsionada principalmente pelos preços da batata (18,29%), do tomate (14,32%) e do café moído (4,48%).

Esses aumentos pressionaram o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que fechou o mês com alta de 0,43%. No entanto, a inflação alimentar tem um efeito desproporcional sobre as famílias mais vulneráveis, que gastam a maior parte de seus rendimentos com alimentação.

De acordo com o estudo, o impacto da inflação de alimentos pode ser até 2,5 vezes maior sobre famílias de baixa renda, em comparação com os lares de maior poder aquisitivo.

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