Bactéria carnívora na região íntima preocupa ginecologistas
Casos de bactéria carnívora em genitália feminina dobram e preocupam ginecologistas britânicos.

Fasciíte necrosante genital avança silenciosamente e exige diagnóstico rápido para evitar morte em até 48h
O Shrewsbury and Telford Hospital, no Reino Unido, reportou um aumento expressivo nos casos de fasciíte necrosante genital entre mulheres nos anos de 2022 a 2024, segundo artigo publicado em 8 de abril no periódico BMJ Case Reports.
Conhecida popularmente como “bactéria carnívora”, a doença é causada por micro-organismos que destroem rapidamente a pele, gordura e músculos, podendo levar à morte em menos de 48 horas sem tratamento imediato.
Segundo o estudo, o hospital registrou 20 casos em dois anos, superando os 18 diagnosticados na década anterior inteira. O alerta se estende a instituições de saúde na Europa e nos Estados Unidos, que também identificaram aumento na incidência dessas infecções, sobretudo na região genital feminina.
Avanço silencioso e fatal da bactéria carnívora
A fasciíte necrosante localizada na genitália ou períneo é conhecida como Gangrena de Fournier, uma infecção grave causada por bactérias como Streptococcus do grupo A, Klebsiella, E. coli e Staphylococcus.
Após entrar no corpo por meio de feridas ou lesões, as bactérias liberam toxinas que destroem os tecidos e comprometem a circulação, tornando o tratamento antibiótico mais difícil.
Os sintomas aparecem de forma agressiva:
- Dor intensa;
- Vermelhidão e inchaço na vulva ou períneo;
- Febre;
- Alteração na coloração da pele, que pode escurecer;
- Taquicardia, queda de pressão e mal-estar geral.
Entre os casos registrados, uma mulher morreu após a infecção se alastrar pelo abdome, mesmo com intervenções cirúrgicas e e intensivo. Outras duas pacientes sobreviveram, mas aram por cirurgias extensas e tratamentos prolongados.
Fatores de risco e prevenção
Apesar de rara, essa infecção afeta principalmente pessoas com imunidade baixa, como pacientes com:
- Diabetes;
- Câncer;
- Alcoolismo;
- Desnutrição grave.
Outros fatores de risco incluem:
- Infecções urinárias;
- Perfurações ou cirurgias genitais;
- Abscessos e úlceras;
- Má higiene íntima;
- Relações sexuais com lesões.
Especialistas do Hospital Israelita Albert Einstein reforçam que o diagnóstico precoce é vital. Ginecologistas orientam que qualquer sinal anormal na região íntima deve ser investigado sem receios.
A prevenção envolve higiene adequada, cuidado com pequenas lesões e a busca imediata por atendimento médico ao notar alterações.
