
Parlamentares da bancada pró-armas da Câmara dos Deputados apresentaram um projeto de lei que busca proibir o uso de armas de fogo pelos agentes responsáveis pela segurança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de seus ministros. A proposta é uma resposta direta à postura desarmamentista do governo federal, considerada incoerente por seus opositores quando comparada à proteção armada de autoridades.
“Se o povo não pode, o presidente também não”, dizem deputados
O PL entrou na pauta da Comissão de Segurança Pública da Câmara nesta terça-feira (8), mas não chegou a ser votado em razão da obstrução liderada por parlamentares do PL — parte da estratégia da oposição para pressionar a pauta da anistia aos presos do 8 de janeiro.
O requerimento foi apresentado pelo deputado Delegado Caveira (PL-PA), que justificou a medida como uma tentativa de alinhar a proteção de Lula e seus ministros à realidade imposta à população.
“É uma medida coerente com a visão do atual governo de promover uma cultura de paz, reduzir a violência e buscar soluções não violentas para os desafios de segurança”, afirmou Caveira.
O relator da proposta, Gilvan da Federal (PL-ES), foi ainda mais direto:
“É moralmente inaceitável o uso do armamento por parte dos seguranças do presidente da República e de seus ministros.”
“Consideramos fundamental a adequação da segurança do presidente da República e de seus ministros de Estado à realidade imposta pelos mesmos ao cidadão comum”, completou o deputado.
Iniciativa causa polêmica e aprofunda o embate sobre armamento
A proposta gerou reações entre parlamentares alinhados ao governo e defensores do desarmamento civil, que acusam a medida de ser populista e sem viabilidade prática. Já os defensores do PL argumentam que o governo não pode exigir do povo o que não está disposto a aplicar a si mesmo.
A discussão ocorre em meio a um contexto de crescimento das tensões entre o Executivo e a oposição conservadora, especialmente no que diz respeito a liberdades individuais e segurança pública.