
O ex-senador Telmário Mota, condenado por estuprar a própria filha de 17 anos e investigado como mandante do assassinato da mãe da vítima, foi autorizado pela Justiça a cumprir prisão domiciliar por 60 dias. A decisão, tomada na quinta-feira (18), impõe ao ex-parlamentar o uso de tornozeleira eletrônica, com permissão de saída apenas para tratamento médico ou mediante autorização judicial.
Telmário foi condenado a 8 anos e 2 meses de prisão em regime fechado pelo crime de estupro de vulnerável, cometido em 2022. Ele estava detido desde outubro de 2023. O caso ganhou ainda mais repercussão após a morte da mãe da vítima, Antônia Araújo, assassinada em 2023, três dias antes de uma audiência sobre o caso. A suspeita é que o ex-senador esteja envolvido no crime, o que ainda está sendo investigado.
Prisão domiciliar foi baseada em laudos médicos
A decisão judicial foi fundamentada em problemas de saúde física e mental apresentados pela defesa. A lista inclui doenças cardíacas, artrose, hipertensão, gordura no fígado, cálculos biliares e depressão com ideação suicida grave, além de necessidade de acompanhamento psiquiátrico contínuo.
Em dezembro de 2024, um laudo médico já havia recomendado a prisão domiciliar por seis meses. Em fevereiro de 2025, uma nova perícia psiquiátrica reforçou o diagnóstico de risco elevado de suicídio e ausência de tratamento adequado no sistema prisional.
Com base nesses pareceres, o Ministério Público se manifestou favoravelmente à medida humanitária, com prazo de 60 dias. A Justiça acatou o pedido, determinando que, após esse período, a situação seja reavaliada para decidir se Telmário Mota continuará em casa ou retornará à prisão.
Histórico político
Formado em economia e contabilidade, Telmário Mota iniciou sua vida pública como vereador em Boa Vista, em 2007. Em 2015, foi eleito senador por Roraima, cargo que ocupou até 2022. Fracassou na tentativa de reeleição, obtendo apenas 19 mil votos.
Ao longo da carreira, ou por diversos partidos, como PDT, PTB, PROS e, mais recentemente, o Solidariedade, do qual foi desfiliado em abril de 2025. As acusações criminais foram determinantes para seu afastamento da vida política.