
A intimação do ex-presidente Jair Bolsonaro em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), a mando do Supremo Tribunal Federal (STF), expôs uma mudança drástica no discurso do Partido dos Trabalhadores (PT). Enquanto hoje prevalece o silêncio entre os petistas, em 2016, durante a Operação Lava Jato, eles reagiram com indignação quando a Polícia Federal cumpriu um mandado de prisão contra o ex-ministro Guido Mantega no estacionamento do Hospital Albert Einstein, em São Paulo.
À época, o PT classificou a ação como:
“Arbitrária, desumana e desnecessária.”
A informação foi relembrada pela Coluna Cláudio Humberto, do Diário do Poder.
Reações de figuras históricas do PT
Durante o episódio envolvendo Mantega, diversas lideranças petistas protestaram publicamente:
- Gleisi Hoffmann, então senadora e hoje ministra, criticou o que chamou de “espetáculo de humilhação” promovido pela polícia.
- Paulo Pimenta, hoje ministro da Secretaria de Comunicação, declarou:
“Prender alguém no hospital é covardia. Não oferece risco, não tinha necessidade.”
- Lindbergh Farias (PT-RJ), então senador, afirmou que a prisão no hospital era:
“Uma ação muito comum em ditaduras.”
- Maria do Rosário (PT-RS) denunciou o fato como:
“Espetáculo deplorável” e “revelação de perseguições” políticas.
Após prestar depoimento, Guido Mantega foi liberado por ordem do juiz Sergio Moro.
Contraste com o silêncio atual
O contraste é evidente. Diante da intimação de Bolsonaro na UTI, em pleno pós-operatório, nenhuma grande liderança petista — incluindo os mesmos nomes que outrora se insurgiram contra a prisão de Mantega — se manifestou criticando o ato, mesmo diante das alegações de que a medida agravou o quadro clínico do ex-presidente.
A ausência de críticas no episódio atual evidencia a mudança de postura do PT conforme o alvo político envolvido.