
O novo ministro das Comunicações, Frederico de Siqueira Filho, assumiu o cargo em meio a graves suspeitas envolvendo sua gestão anterior na Telebras e sua atuação empresarial. Ele é réu por improbidade istrativa na Justiça de Pernambuco, acusado de contratar sem concurso o primo de sua esposa para o cargo de chefe de gabinete, com salário mensal de R$ 30 mil.
Além disso, Siqueira Filho é sócio de uma empresa sob investigação por fraude em licitação com a Prefeitura de Paulista (PE), em um contrato de serviços de engenharia avaliado em R$ 12 mil.
Indicação do União Brasil e apoio de Davi Alcolumbre
A nomeação de Siqueira foi a segunda tentativa do União Brasil para manter o comando do Ministério das Comunicações, após a saída de Juscelino Filho (União-MA), que também enfrenta denúncia por corrupção.
Antes de Siqueira, o deputado Pedro Lucas (União-MA) havia recusado o convite, provocando constrangimento no Palácio do Planalto. A escolha de Siqueira teve forte apoio do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), reforçando os vínculos políticos que cercam a nomeação.
Carreira empresarial e o apelido de “República do Amapá” na Telebras
Formado em engenharia, Siqueira Filho atuou por mais de duas décadas na Oi, onde chegou à diretoria de vendas corporativas. Em 2023, assumiu a presidência da Telebras, permanecendo no cargo até abril de 2025.
Durante sua gestão, a estatal ganhou nos bastidores o apelido de “República do Amapá”, referência à influência de Alcolumbre, que teria alocado aliados políticos em cargos estratégicos na empresa.
Investigação de pedalada fiscal no TCU
A gestão de Siqueira na Telebras está sob investigação do Tribunal de Contas da União (TCU). A empresa teria utilizado o mecanismo de Despesas de Exercícios Anteriores (DEA) para transferir despesas de 2023 para o orçamento de 2024, manobra que configura uma possível pedalada fiscal no valor de R$ 31 milhões.
O uso irregular dessa prática contábil acendeu o alerta no TCU, aumentando o cerco sobre a gestão financeira da estatal e colocando ainda mais pressão sobre o recém-nomeado ministro.