Durante o terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Grupo Globo registrou resultados financeiros robustos. Segundo dados divulgados, a empresa alcançou uma receita líquida de R$ 17,37 bilhões em 2024, alta de 8,2% em relação aos R$ 16,05 bilhões registrados no ano anterior.
Ainda mais expressivo foi o aumento no lucro líquido, que avançou 151,7%, atingindo R$ 2,067 bilhões. Desse montante, R$ 2,055 bilhões foram diretamente distribuídos à família Marinho, controladora da companhia.
O crescimento recorde ocorreu em meio a um ambiente de aumento das verbas públicas destinadas à publicidade oficial e à reaproximação do conglomerado com o governo petista, mesmo diante de um cenário econômico marcado por instabilidade e baixa confiança empresarial.
Aquisição da Eletromidia amplia domínio do grupo
Além dos ganhos tradicionais no setor de mídia, a Globo reforçou sua presença no mercado ao consolidar a compra da Eletromidia, líder nacional em publicidade out of home (OOH).
Em novembro de 2024, a empresa adquiriu 74,01% da Eletromidia, desembolsando R$ 1,7 bilhão, incluindo um prêmio adicional de R$ 131,8 milhões sobre o valor das ações. Com a aprovação do Conselho istrativo de Defesa Econômica (Cade), a Globo avançou para transformar a Eletromidia em uma empresa de capital fechado, com o leilão da Oferta Pública de Aquisição (OPA) previsto para ocorrer até o final de abril.
Essa operação consolidou ainda mais o controle da Globo sobre o mercado de mídia e publicidade no Brasil.
Ambiente favorável impulsiona conglomerados tradicionais
O crescimento financeiro da Globo coincide com o aumento das campanhas de publicidade oficial e com a maior liberação de verbas federais para o setor de comunicação. Mesmo com a economia brasileira enfrentando sinais de estagnação e enfraquecimento da atividade produtiva, a máquina pública impulsionou o mercado publicitário.
Embora a Globo atribua seu desempenho a uma suposta “diversificação de operações” e “adaptação ao novo perfil do consumidor”, críticos destacam que o ambiente de maior alinhamento ideológico com o governo Lula favoreceu diretamente o fortalecimento de conglomerados tradicionais de mídia — em detrimento da pluralidade e da competição no setor.
