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Estadão critica Lula e diz que presidente não compreende o novo mundo do trabalho

Jornal aponta desconexão entre presidente e realidade do trabalho contemporâneo, chamando pronunciamento de demagógico

Em editorial publicado nesta sexta-feira, 2, O Estado de S. Paulo direcionou duras críticas ao presidente Luiz Inácio  da Silva (PT), destacando sua ausência nos atos tradicionais do Dia do Trabalho. Segundo o jornal, essa atitude simboliza uma crescente perda de conexão entre o governo, o PT, os sindicatos e os trabalhadores brasileiros.

“Sem ter o que dizer, o presidente concentrou-se então na agenda palaciana com os sindicalistas e no pronunciamento, na noite de quarta-feira, em rede nacional de rádio e TV. Recorreu ao clássico lulopetista: a demagogia.”

Propostas do presidente são alvo de ironia

Durante o pronunciamento, Lula defendeu medidas como a redução da jornada de trabalho sem redução de salário e a isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais. O Estadão criticou essas propostas, apontando que elas ignoram a “baixíssima produtividade no Brasil” e fazem parte de um projeto que pretende “taxar os mais ricos para compensar as perdas“.

A ausência de Lula nos eventos do 1º de Maio foi atribuída ao medo de repetir o “constrangimento do ano ado“, quando discursou para uma plateia praticamente vazia.

“Uma evidência de que a agenda política da esquerda e do PT, em particular, é tão vazia quanto a minguada plateia reunida naquele constrangedor evento.”

Apesar da presença de trabalhadores neste ano, o editorial ironiza suas motivações:

“Certamente estavam mais interessados em preencher os cupons para concorrer ao sorteio de carros do que para ouvir o que os sindicalistas tinham para lhes dizer.”

Crítica à visão anacrônica de Lula sobre o trabalho

O Estadão argumenta que a “classe trabalhadora” referida por Lula não existe mais nos moldes antigos. A publicação acusa o presidente de ainda agir como um sindicalista dos anos 1970, sem perceber a transformação das relações de trabalho nas últimas décadas.

“O demiurgo petista ainda pensa como o sindicalista que eletrizava operários com seus discursos.”

Segundo o jornal, há um verdadeiro abismo entre o discurso presidencial e a realidade laboral contemporânea, caracterizada por novas formas de trabalho, diversidade e complexidade.

“Nenhum deles ali, a começar por Lula, conhece o idioma do trabalho no século 21.”

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