O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não escapou das vaias ao discursar nesta terça-feira (20) na 26ª Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios. Diante de um público estimado em 12 mil prefeitos, vices e secretários municipais, o chefe do Executivo foi recebido com forte resistência e teve que interromper o discurso para se justificar.
Ao tentar amenizar o desconforto, Lula afirmou que atende a todos os prefeitos, independentemente do partido, mas suas palavras foram novamente interrompidas por vaias, mescladas com alguns aplausos isolados.
“Eu queria fazer um apelo a vocês. Eu duvido que tenha um prefeito, de qualquer partido político, que um dia possa dizer que ele não foi atendido no governo por causa da sua filiação partidária. Não existe essa possibilidade…”, disse Lula, sendo mais uma vez vaiado por parte do auditório.
lula vaiado em evento com prefeitos em BSB… que vexame. pic.twitter.com/HKLejpsRDI
— TeAtualizei 🇧🇷👊🏻❤️ (@taoquei1) May 20, 2025
Defesa improvisada de Rui Costa evidencia desconforto
Tentando mudar o foco, Lula também defendeu seu ministro da Casa Civil, Rui Costa, conhecido por concentrar decisões e travar demandas de aliados. O presidente tentou reverter a má fama do ministro:
“Na verdade, todos vocês prefeitos devem ter um secretário que tem o mesmo papel que o chefe da Casa Civil. É fazer com que as coisas funcionem corretamente…”, afirmou o petista.
CNM critica STF e Lula provoca presidente da entidade
O presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski, aproveitou o evento para criticar o Supremo Tribunal Federal (STF) e suas decisões sobre emendas parlamentares, alegando que as novas exigências burocráticas prejudicam a execução de verbas nos municípios.
Lula, por sua vez, alfinetou Ziulkoski, sugerindo que ele só agora estaria “inflamado”, insinuando que durante governos anteriores — como o de Jair Bolsonaro — teria sido mais ameno. A provocação, no entanto, não surtiu efeito positivo e reforçou o clima tenso com os prefeitos presentes.
Presenças de peso não impediram constrangimento
O evento contou com a participação de diversas autoridades, como:
- Geraldo Alckmin, vice-presidente
- Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara
- Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), presidente do Senado
- Ministros como Simone Tebet, Rui Costa, Gleisi Hoffmann, Marina Silva, Luiz Marinho, Camilo Santana e outros
Nem mesmo a presença maciça de ministros e lideranças governistas foi suficiente para impedir o constrangimento visível vivido por Lula diante da plateia predominantemente municipalista.
