
Primeira-dama destaca sistema de controle digital da China e gera controvérsia política no Brasil
Durante entrevista ao podcast “Se ela não sabe, quem sabe”, da Folha de S.Paulo, a primeira-dama Rosângela Lula da Silva, conhecida como Janja, abordou a regulamentação das redes sociais, citando o modelo chinês como exemplo. Ela destacou que na China há uma regulamentação rigorosa, incluindo punições severas para quem descumpre as regras estabelecidas.
“Lá, crianças menores de idade só podem usar telas a partir de 11 anos com horário específico, não podem ter rede social. Tem toda uma regulamentação e, se não seguir a regra, tem prisão. Por que é tão difícil a gente falar disso aqui?”
— Janja, em entrevista à Folha de S.Paulo
Repercussão Política e Críticas da Oposição
As declarações de Janja geraram críticas de diversos setores políticos. Parlamentares da oposição interpretaram suas falas como uma defesa de censura e autoritarismo, associando-as a regimes ditatoriais.
“Se a primeira-dama acredita que censura e prisão são adequadas em uma democracia, é de se imaginar qual seria a opinião de Lula.”
— Senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ)
“O debate sobre a regulamentação das redes sociais é difícil porque os brasileiros não querem viver em uma ditadura.”
— Deputado Nikolas Ferreira (PL-MG)
Contexto da Viagem à China e Comentários sobre o TikTok
As declarações de Janja ocorreram após sua participação em um jantar oficial na China, ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do presidente chinês Xi Jinping. Durante o evento, ela comentou sobre os efeitos nocivos do TikTok para crianças e adolescentes, mencionando casos de desafios perigosos promovidos pela plataforma.
“Eu falei um pouquinho dessa questão de como o algoritmo entrega para fora da China e não teve nenhum mal-estar no momento.”
— Janja, em entrevista à Folha de S.Paulo
Debate sobre a Regulação das Redes Sociais no Brasil
O debate sobre a regulamentação das redes sociais no Brasil tem sido intenso, especialmente com a tramitação do Projeto de Lei 2630/2020, conhecido como PL das Fake News. O projeto visa instituir a “Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet”, buscando regulamentar e fiscalizar as atividades das plataformas digitais.
Defensores do projeto argumentam que ele é essencial para combater a desinformação e proteger os direitos humanos no ambiente online. Já os críticos apontam riscos à privacidade e à liberdade de expressão, alegando que o projeto pode abrir precedentes para censura.