
Uma troca de farpas acalorada nas redes sociais movimentou o cenário político neste sábado (24), envolvendo o deputado federal Guilherme Boulos (PSol-SP) e o ex-ministro Aldo Rebelo. A discussão foi deflagrada por uma crítica de Boulos à postura de Rebelo durante uma sessão no Supremo Tribunal Federal (STF), na sexta-feira (23), o que motivou uma resposta dura do ex-ministro: “ainda não se recuperou da surra que levou do povo”.
Aldo Rebelo, que já presidiu a Câmara dos Deputados e foi ministro em governos do PT, compareceu ao STF como testemunha de defesa do almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha e réu na ação penal que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Durante a audiência, o ministro Alexandre de Moraes repreendeu Aldo com veemência: “Se o senhor não se comportar, o senhor será preso por desacato”. O atrito ocorreu quando Rebelo relativizou, com base na “força de expressão” da língua portuguesa, uma fala de Garnier sobre estar à disposição de Jair Bolsonaro.
Em seguida, Guilherme Boulos foi à rede social X (ex-Twitter) e disparou: “Aldo Rebelo é uma vergonha. De militante contra a ditadura virou lacaio de golpista. Já que ele gosta tanto de semântica deveria orientar seus estudos para o conceito de ‘decadência’, que ele simboliza como ninguém”.
A resposta de Aldo Rebelo não tardou e veio com tom pessoal, remetendo à derrota de Boulos nas eleições municipais de 2020 em São Paulo:
“Boulos, você ainda não se recuperou da surra que levou do povo de São Paulo na última eleição? É muita mágoa. Pegue um rumo, pare com mimimi e chororô. Fica a dica”.
Paralelamente, Aldo Rebelo reforçou sua crítica à postura de Moraes durante a oitiva. Em entrevista ao UOL, afirmou que o ministro tentou intimidá-lo e expressou expectativa por um pedido de desculpas:
“Talvez, em algum momento, ele [Alexandre de Moraes] venha a me pedir desculpas pelo ocorrido. É o que eu espero que venha a acontecer”.
Aldo, que deixou o PDT para se filiar ao MDB, foi secretário de Relações Internacionais na prefeitura de São Paulo sob gestão de Ricardo Nunes, e chegou a ser cotado como vice na chapa do atual prefeito.