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TCE-PI: Gastos milionários com venda de folgas beneficia parente de ministro

Alteração de normas internas do tribunal resultou em um acréscimo de R$ 7,1 milhões em contracheques de servidores

O portal UOL informou que o Tribunal de Contas do Estado do Piauí (TCE-PI) modificou suas regras internas para simplificar a comercialização de folgas por conselheiros e procuradores. Esta alteração resultou em um aumento de R$ 7,1 milhões nos salários desde 2023, abrangendo também pagamentos feitos a aposentados.

Em 2023, a flexibilização possibilitou que cinco autoridades obtivessem R$ 306 mil isentos de Imposto de Renda, o que corresponde a oito “salários adicionais”.

O privilégio, que oferece até dez dias de descanso por mês ou possibilita a comercialização desse tempo, foi ampliado para abranger mais posições acumuladas e menos procedimentos anuais, diminuindo de 300 para 220 a quantidade necessária.

Também foram abrangidas na definição de acúmulo de funções as alterações, que agora incluem comissões permanentes. A conselheira Rejane Dias (PT-PI), esposa do ministro Wellington Dias, assumiu o cargo em 2023, nomeada pelo governador Rafael Fonteles (PT-PI).

Salários e benefícios dos conselheiros do TCE

Os salários-base de conselheiros e procuradores estão fixados em R$ 39 mil por mês, ao o que os substitutos ganham R$ 37 mil. Acrescentando-se a esses montantes os penduricalhos, o total excede o limite constitucional de R$ 44 mil.

A permissão para vender folgas, concedida pelo TCE-PI em maio, é uma prática que também acontece em outros tribunais e recebeu aprovação do Tribunal de Contas da União (TCU).

Alterações nas normas e justificativas

Foi comunicado pelo tribunal que, devido à maior complexidade dos casos atuais, outras Cortes adotam quantidade similar de processos.

Em dezembro, foi aprovada uma nova norma, reduzindo o tempo necessário para folgas de seis para três dias de trabalho acumulado, equiparando-se a outras Cortes.

No mês de maio, autorizou-se o pagamento de montantes atrasados desde 2015, favorecendo inclusive conselheiros aposentados, incluindo dois que receberam R$ 176 mil por suas folgas vendidas. Tal procedimento é apoiado por leis federais e estaduais, bem como normativas do CNJ e CNMP.

Sérgio Praça, pesquisador da FGV, afirma que, em teoria, Tribunais de Contas devem ter autonomia financeira, mas deveriam respeitar o teto salarial e beneficiar o interesse público, sugerindo a necessidade de punições para violações.

As informações são da Revista Oeste

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