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Como Drones Invisíveis da Ucrânia Geraram Perdas Bilionárias à Rússia

Forças Ucranianas destruíram no domingo (1º) 41 aeronaves russas utilizando drones FPV que custam menos de R$ 3 mil

No domingo (1º), a Ucrânia afirmou ter destruído 41 aeronaves militares russas, incluindo bombardeiros estratégicos, através do uso de drones. Esse audacioso ataque, um dos mais notáveis da guerra, resultou em um prejuízo estimado de US$ 7 bilhões (aproximadamente R$ 28 bilhões) para a Rússia.

De acordo com a agência de notícias Reuters, caminhões foram utilizados pelos ucranianos para o transporte secreto de “drones FPV” (sigla em inglês de Visão em Primeira Pessoa) para áreas estratégicas na Rússia, incluindo as bases aéreas de Murmansk, Irkutsk, Ivanovo, Ryazan e Amur.

Uma fonte ucraniana, que preferiu não ser identificada, informou à Reuters que os drones estavam escondidos em tetos de armazéns de madeira. Posteriormente, esses locais foram abertos à distância para possibilitar a decolagem e o ataque aos alvos.

A responsabilidade pela operação foi assumida pelo Serviço de Segurança Interna da Ucrânia (SBU). Segundo um comunicado divulgado no Telegram pelo órgão, o ataque impactou 34% dos “porta-mísseis de cruzeiro estratégicos russos”.

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky celebrou o ataque como um “resultado absolutamente brilhante”. Ele disse que a operação, batizada de “Teia de Aranha”, foi planejada por mais de um ano e meio de “forma independente” pela Ucrânia.

De acordo com Zelensky, a missão utilizou 117 drones FPV. O presidente também divulgou que o centro de comando para a operação foi estabelecido perto de um escritório regional do FSB, o principal serviço de inteligência russo.

A ação foi categorizada como um “ataque terrorista” pelo Ministério da Defesa da Rússia, que confirmou danos em aeródromos e múltiplas aeronaves em chamas. Igor Kobzev, governador de Irkutsk, relatou que houve ataques de drones que foram lançados a partir de caminhões.

Drones FPV

Os drones FPV, que inicialmente eram empregados em tarefas civis, foram modificados pela Ucrânia para serem utilizados em operações militares, graças à sua simplicidade. São controlados à distância por pilotos que permanecem em terra, equipados com óculos que possibilitam a transmissão em tempo real.

Também se destaca a vantagem do baixo custo. De acordo com a Reuters, cada unidade desse drone pode ter um valor inferior a US$ 500 (aproximadamente R$ 3 mil), possibilitando a produção em grande quantidade.

Esses equipamentos, sendo ágeis e difíceis de interceptar por sistemas de defesa aérea, possuem um alcance de 5 a 20 km, dependendo do modelo, e a capacidade de carregar até 15 kg de explosivos. Um exemplo é o drone “Baba Yaga”, que está equipado com câmeras térmicas.

A capacidade ofensiva russa sofreu um golpe significativo com a destruição de 41 aeronaves, que incluem os bombardeiros Tu-95, utilizados em “ataques de longo alcance”, e as aeronaves A-50, vitais para “vigilância e coordenação de caças”, conforme relatado pelo The Washington Post.

Canais de Telegram pró-Rússia, como Rybar, descreveram o ataque como um “golpe sensível” ao escudo nuclear do país, enquanto blogueiros pró-guerra compararam o evento ao “Pearl Harbor da Rússia”, exigindo retaliações severas.

O The Washington Post reportou que um ataque aéreo ocorreu logo após o colapso de duas pontes nas áreas russas de Kursk e Bryansk, no domingo. A tragédia resultou na morte de ao menos sete pessoas e deixou outras 76 feridas.

Mesmo com as autoridades russas atribuindo a Kiev a culpa pelos desabamentos, o serviço de inteligência ucraniano não confirmou participação. Os incidentes foram considerados atos criminosos pela Rússia.

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