
Lindbergh Farias acusa ex-presidente de usar doações para sustentar campanha do filho contra instituições brasileiras
O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias, anunciou que pedirá o bloqueio de bens de Jair Bolsonaro. O motivo é o suposto uso de recursos arrecadados por doações de apoiadores para financiar a atuação de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos. Segundo o petista, o ex-presidente estaria por trás de uma campanha para atacar instituições brasileiras.
A justificativa é que Jair Bolsonaro promoveu uma arrecadação via Pix que estaria bancando a permanência de Eduardo no exterior. O deputado licenciado está nos Estados Unidos desde março e tem articulado com autoridades estrangeiras sanções contra o ministro Alexandre de Moraes e outras figuras do Judiciário brasileiro.
Ataques às instituições e documentos entregues
Durante depoimento à Polícia Federal, Lindbergh afirmou ter reunido mais de 600 manifestações de Eduardo Bolsonaro, além de um roteiro com detalhes de contatos com parlamentares e autoridades norte-americanas. A acusação é de que Eduardo lidera uma ofensiva para prejudicar o Brasil no exterior e que Jair Bolsonaro estaria diretamente envolvido ao financiar tais atividades.
Segundo Lindbergh, a movimentação de Eduardo nos EUA representa uma tentativa clara de interferência e de incitação contra instituições brasileiras. Ele pediu que a Procuradoria-Geral da República atue imediatamente para congelar os bens do ex-presidente, como forma de conter esse suposto financiamento.
Licença de Eduardo e inquérito no STF
Eduardo Bolsonaro está licenciado da Câmara dos Deputados e permanece nos Estados Unidos. Sua missão tem sido convencer representantes do governo americano a adotarem sanções contra membros do Supremo Tribunal Federal, sob a justificativa de violações aos direitos humanos no julgamento dos envolvidos no 8 de janeiro.
O deputado chegou a dizer que a abertura de um inquérito contra ele, por parte do STF, poderia gerar uma crise diplomática entre o Brasil e os Estados Unidos. Segundo ele, a reação das autoridades brasileiras aos seus atos no exterior é uma demonstração de autoritarismo.
PT aciona Conselho de Ética
Além do pedido de bloqueio de bens, o líder do PT protocolou uma representação contra Eduardo Bolsonaro no Conselho de Ética da Câmara. A alegação é de quebra de decoro parlamentar, por usar sua posição e influência para atacar instituições democráticas e promover ações no exterior que comprometem a soberania nacional.
A movimentação política visa ampliar o cerco jurídico e institucional ao clã Bolsonaro, mirando tanto o ex-presidente quanto seu filho deputado.