As informações divulgadas pelo jornal O Globo nesta sexta-feira, 6, revelam que as viagens internacionais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva desde o início do seu mandato atual custaram ao contribuinte brasileiro mais de R$ 50 milhões.
Os números foram adquiridos através da Lei de o à Informação (LAI) e revelam que os gastos abrangem desde estadias em hotéis de luxo até o aluguel de impressoras e celulares no exterior.
Entre janeiro de 2023 e maio de 2025, os gastos em hotéis totalizaram R$ 47 milhões, conforme informou o Departamento do Serviço Exterior do Itamaraty.
Já os gastos logísticos — que incluem aluguel de equipamentos, telefonia fixa e o à internet — chegaram a US$ 599,8 mil, isto é, R$ 3,35 milhões na cotação atual.
Os valores da viagem em andamento à França e da recente visita à China não estão incluídos nestes números. Durante sua estadia em Pequim, Lula se encontrou com Xi Jinping, solicitou e para a regulação de redes sociais e divulgou um aporte de R$ 27 bilhões em investimentos chineses no Brasil.
A viagem mais controversa também foi uma das mais caras. Lula marcou presença em Moscou, durante a intensa guerra da Ucrânia, para participar do “Dia da Vitória” soviética. Apenas a acomodação para a visita à Rússia teve um custo de R$ 1,9 milhão.
O chefe de estado marcou presença na Praça Vermelha ao lado de aproximadamente 30 líderes internacionais e teve um encontro com Vladimir Putin. Durante o evento, ele fez uma promessa de “estreitar a parceria estratégica” com o governo russo.
As duas viagens a Nova York para a Assembleia-Geral da ONU estão entre as mais caras. Em 2023, o custo da agem foi de R$ 7,6 milhões. No ano seguinte, um adicional de R$ 6,4 milhões foi retirado dos cofres públicos.
Em ambas, Lula se hospedou no Lotte New York Palace, hotel de luxo, com diárias entre R$ 3,3 mil e R$ 8,9 mil.
No ano de 2023, Lula percorreu 24 nações, despendendo R$ 29 milhões em hospedagens. Sua programação englobou comparecimentos à Assembleia da ONU, ao G7, em Hiroshima, ao G20, em Nova Délhi, e à reunião da Celac, em Buenos Aires.
O presidente, naquele ano, não incluiu a Oceania em sua rota. Lula, durante o encontro da Celac, ressaltou o “retorno do Brasil à política regional”.
“Nada mais natural do que começar esse caminho de retorno pela Celac”, disse o petista. “O Brasil está de volta à região e pronto para trabalhar com todos vocês.”
A afirmação de Lula fez uma ruptura definitiva com a abordagem seguida por Jair Bolsonaro. O ex-presidente havia excluído o Brasil da Celac, alegando que o bloco proporcionava uma plataforma para regimes não democráticos, tais como os de Cuba, Venezuela e Nicarágua.
No ano de 2024, quando a agenda estava menos cheia, os custos de acomodação diminuíram para R$ 12,7 milhões. Já até maio de 2025, as despesas acumuladas em viagens para nove países alcançaram R$ 5,3 milhões.
Aluguel de salas, intérpretes e coffee breaks também pesam
O governo desembolsou pelo menos US$ 5,6 milhões e € 2,8 milhões em gastos que incluíam o aluguel de salas, transporte, intérpretes e “coffee breaks”, além das despesas com hospedagens e a estrutura de telecomunicações.
O Globo calculou os valores com base em planilhas enviadas pelo Itamaraty, com dados em moedas locais convertidas para real.
Quando o jornal buscou esclarecimentos do Ministério das Relações Exteriores sobre os critérios para a seleção das acomodações e a justificativa para os custos elevados, foi instruído a reformular suas perguntas através da LAI.
A Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom) respondeu em nota que a agenda internacional de Lula tem o objetivo de “reposicionar o Brasil no mundo”.
Segundo a Secom, as viagens servem para “recuperar a imagem do país no exterior” e “restabelecer as relações econômico-comerciais com parceiros importantes”.
As informações são da Revista Oeste
